segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Bailes no Clube Gragoatá

      Havia domingueiras e bailes aos sábados no Gragoatá. Um senhor, Henrique, que morava no final da rua Quinze, era sócio do clube e por isso entrávamos de graça. Éramos colegas da filha dele, Elza.
Ele morava onde hoje fizeram a rampa de acesso para a Moacir Padilha. Íamos sempre com um responsável pelas meninas, às vezes, mamãe.
      As moças aguardavam os rapazes tirá-las para dançar. Se recusássemos uma dança, tínhamos que aguardar a próxima, não se podia escolher outro rapaz, senão era confusão pela desfeita. Se nenhum rapaz viesse convidarmos, era "chá de cadeira". Ainda bem que nosso grupo sempre dançava e muito.
      O Carnaval era  em galpão  que fizeram em frente ao clube. Dançávamos as três noites, sempre tendo um responsável pelas meninas. Na terça-feira gorda, quando dava meia noite as luzes apagavam e tínhamos que sair, pois na quarta-feira de cinzas não se podia ouvir nenhuma música nem nas ruas e nos rádios, só músicas clássicas. Que diferença para hoje, não? O carnaval dura uma ou mais semanas......
        Lembro de um carnaval que ficamos até apagar as luzes da terça-feira e para nos agruparmos, Nena, um de nossos amigos, cantou:" Allah-lá-ô  mais que calor, ô, ô......" e pela voz nos reunimos na escuridão. Vínhamos a pé pela rua da Praia (atual Visconde do Rio Branco). Na praça do Gragoatá tinha balanço e ainda brincávamos lá,  na maior tranquilidade. Bons tempos para recordar!

O Brasil de hoje

Quando o Brasil de hoje dá uma canseira:
           Ao ler notícias sobre o Lulla e sua fantoche...
           Ao ver que mais cubanos travestidos de médicos estão chegando.....
           A existência dos  cursos de treinamentos de guerrilhas no Rio Grande do Sul.....
           Saber que o déficit econômico atingiu cifras estratosféricas...
           Ver os ministros do pt do STF, sempre sendo noticícias.......
            E que o lindo povo brasileiro continua alienado, adorando:
                o bolsa-família, bolsa curral eleitoral, que aumenta cada vez o número de beneficiários.....
                as cotas raciais, agora até para o legislativo......
                o pai dos pobres e seu poste.....

Até quando?
         Pelo andar da carruagem com o Brasil, infeliz, rumo a cubanização, não se poderá prever anos ou décadas. Ou se Deus do impossível quiser, livrar-nos desse mal que é o pt e seus asseclas. Assim seja! Só ajuda divina, pois se esperar pelo povo e oposição, já era... um vez um país chamado Brasil...
          

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Um anjo que surge......

Tem vários momentos da vida que a gente quer eternizar. Graças a Deus, durante minha vida, tenho  lindos momentos, muitíssimos. Entre vários, um que vivi na última semana, foi muito significativo. Estava insegura, sem encontrar saída, orando, pedindo a Deus que enviasse um  anjo. Passado um tempo e eu em oração, o telefone toca, a enfermeira atende e um anjo aparece. Um dos meus filhos lindos, o meu anjo, Joi. E tudo se resolveu, acalmou....
Meu Deus, como é grandioso o Vosso amor por nós e que poder há na oração. O poder de nos conectar com Vós e sermos atendidos. Escrevo isso, por uma questão de reconhecimento da vitória que Ele nos dá sempre.    O amor vence tudo..........

quarta-feira, 31 de julho de 2013

Cine de Niterói- III

O Cine São Bento

Ficava na rua Domingues de Sá esquina com a Lemos Cunha, onde hoje tem um prédio enorme. Era muito bonito e passava, entre outros, os filmes épicos com longa duração, tipo Ben-Hur, e com intervalo na sessão, para irmos ao toilette e na bombonière (chique, não?). Uma pena ter acabado os cinemas de rua. Hoje só as apertadas salas nos shoppings. 

sábado, 13 de julho de 2013

Cinemas de Niterói - II

O cinema Central era na rua Visconde do Rio Branco onde hoje tem um bingo fechado, entre a rua  José Clemente e a rua da Conceição.Ao lado do cine, havia uma loja que vendia bilhetes lotéricos e uma água gostosa chamada Hidrovita. O traje para entrar no cine era passeio completo. Os homens de paletó e as moças de vestidos e sapatos, geralmente de saltos altos. Quem não estivesse no traje apropriado, não adiantava reclamar que era barrado. Em dezembro de 1961, no dia do incêndio do circo, de triste memória, estávamos no Central. Lembro disso, porque saímos com vontade de ir ao circo e no meio do caminho, achamos que estaria lotado e resolvemos ir para o cinema. Quando saímos é que soubemos da tragédia mas não tínhamos a dimensão da mesma. Em casa, encontramos mamãe preocupada e com razão. Foi a Providência Divina que nos salvou;

Os cinemas de Niterói - I

O cine Imperial  ficava onde é o Plaza, na rua Quinze. O prédio era muito bonito, mas na época em que frequentávamos o cinema já estava necessitando de reformas. Lembro de um filme em que mostrava um navio avariado e a tripulação lutando para se comunicar. Nisso, parece piada, escutamos o som do apito, só que era das barcas chegando. Já não havia a acústica necessária no cinema. Foi uma risada geral.
Na mesma rua, havia uma vila de casas, chamada vila Elza, que era em frente, se não me engano ao Teatro Municipal. Era larga e as casas antigas e bonitas.
 A Mesbla, era um magazine, onde hoje é a Leader. Comprei um conjunto azul claro, calça à pescador e blusa com renda de arrastão,  que estava na moda, em 66/67. O emocionante foi ser a primeira compra que fiz com meu salário do Vital Brazil.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Já havia animador cultural.........

 Interessante! Já naqueles tempos, Seu Clóvis, um senhor magro, baixo e calvo (tinha um pouco de cabelo dos lados), que morava no final da rua Quinze, era um  animador para a criançada. Ele descia a rua de patins. Arranjava várias  brincadeiras na rua, como corrida de sacos, jogos. Estava sempre inventando alguma gincana ou competição. Vivia cercado pelas crianças e jovens.
 Recordo de algumas brincadeiras de infância: brincávamos na vila de roda, passar anel  de panelinhas. Nossas panelinhas eram as medidas, pequenas e de metais que vinham das latas de leite da Nestlé, que nossa vizinha de frente, nos dava. O marido dela, trabalhava nesta firma. Nossos fogões eram tijolos e gravetos, que pegávamos na subida do morro, atrás de casa. As latas, eram para cozinhar macarrão  de verdade, que não dava nas medidas  de leite. Nossas bonecas eram feitas por mamãe, de pano e com cabelos de lã (sobras dos novelos de D. Rosa, outra vizinha). Já praticávamos reciclagem rsrsrsr Depois,. Glorinha começou a fazê-las também. Tínhamos várias.
As outras crianças tinham panelinhas, fogões e bonecas compradas em lojas, mas gostavam de brincar com as nossas bonecas e nossos fogões. Lembro que ganhei um boneco de corpo de pano e cabeça, braços e pernas de louça, acredito que foi presente de outra vizinha, D. Emília. Coloquei o nome de Guilherme. Brinquei muito com ele, até que um belo dia, caiu e quebrou uma parte da cabeça.
Penso, que hoje a nossa infância seria alvo de estudos na psicologia. No colégio, se perdesse em
uma matéria no exame final, levava bomba, isto é, repetia o ano. Ninguém ficava traumatizado. Eu e Glorinha, com a graça de Deus, não perdemos nenhum ano. Vivíamos no meio de meninas com posses e brinquedos diversos, e nos contentávamos com os nossos reciclados.E éramos felizes!

terça-feira, 9 de julho de 2013

A infância

Aos domingos, depois do almoço, saíamos para passear. Mamãe nos levávamos para ver as vitrines das lojas no centro: rua da Praia, rua da Conceição, Jardim de São João, onde havia os lambe-lambes (fotógrafos). Naquele tempo, as lojas não precisavam lacrar e esconder com portas de aço as vitrines.
No Rink, havia um coreto onde as bandas tocavam. Havia cinema nas ruas. Tinha dia certo  na semana, então passavam séries, como o Gordo e o Magro, faroestes, notícias da semana E os anúncios da Casas Tupinambás,(de tintas), Pastelaria Imbuhy, etc Na nossa rua, ficava em frente a vila ,no largo, onde morávamos. No dia, as pessoas traziam bancos ou cadeiras para assistir ao Cine Club Fluminense. Para ficar na penumbra, as lâmpadas dos postes eram cobertas com um pano preto pelos encarregados da exibição.A última exibição foi, salvo engano, nos idos de 1963/64. Todos se reuniam na paz, sem nenhum receio de confusão. Era uma festa!
 O padeiro e o leiteiro traziam o pão e leite em casa, para quem quisesse. Seu Alberto trazia os pães, duas vezes ao dia no triciclo. Recordo das feições dele e o jeito calmo. Era moreno, cabelos pretos e lisos, rosto redondo. Gostava do pão doce com açúcar cristal e do provenço. Que delícia! Até hoje quando encontro pão provenço, compro, mas ainda não é igual ao gosto e sabor daqueles antigos. Quem não comprava o leite em casa, ia na esquina da rua Almirante Teffé com a Rua Andrade Neves (hoje há um sebo lá).  Iamos
muito cedo, de madrugada, na leiteria (o leite era mais barato e fresquinho lá). Levávamos a leiteira com tampa e os empregados pegavam o leite de uns galões grandes com as enormes conchas de alumínio e a enchia.

Aurelianas Recordações

  Lembro da época do Aurelino Leal, em que usávamos os olhos pintados com puxadinhos no canto (estilo gatinho), cabelos com coque alto, cheio de laquê, que deixava o cabelo bem duro (desmanchar era um sacrifício). Era uma trabalheira construir o coque. Enchimento de pano, algodão e até mesmo bombril. Quanto mais alto, mais bonito e elegante ficava. A diretora, que entrou em 64, era rigorosa. Fazia com que lavássemos os olhos e reclamava por causa dos cabelos. Era sempre uma confusão. Um salto no tempo: Lendo uma revista deste domingo, que vem junto ao jornal, vejo que os coques, apliques para suspender os cabelos estão voltando. As industrias criaram enchimentos em silicone e plásticos. Que maravilha! A moda de volta.........
  Das recordações aurelianas, guardo o inicio de ser fã do Elvis Presley. Daí, surgiu a Nilda Presley e também as outras colegas, que adicionavam o sobrenome do artista preferido. Lembro de uma  Sedaka, empolgadíssima. Bons tempos! No recreio, as meninas que sabiam cantar em inglês, começavam um divertido duelo, para que se votassem as melhores músicas.
Recordo das aulas de culinária A turma era divida em grupos para ajudar na cozinha, preparar o prato do dia e ajudar na arrumação e a servir à francesa a mesa da diretora, professores e convidados. Essa mesa era comprida e ficava no centro do refeitório. Em volta as mesas pequenas, para as alunas, que eram servidos por funcionários num tipo de bandejão. Engraçada, era a música que cantávamos na cozinha, após fazer o prato principal:
"Quero esse prato assim mesmo
Com o dedo de fulana,
Com as mãos de beltrana,
Com cabelo de sicrana
Quero esse prato assim mesmo,,,,,,,"
E assim iámos completando os versos, com os nomes das colegas e professora. Tínhamos que cantar baixo, pois senão era a maior bronca. Ríamos muito....
Penso que essas aulas passaram em branco para mim. Culinária? Servir à francesa? Como? E eu estava lá rssrsrs Lembro apenas do suflê de chuchu (parece brincadeira) e do fricassé. E os meninos brincam comigo até hoje se não vou fazer fricassé para o Natal.

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Recordações Carnavalescas




Os carnavais da minha infância eram no Rink e na rua da Conceição. O Bloco dos Xavantes, de São Gonçalo, pareciam índios de verdade, com tangas, cocares e traziam bichos empalhados nas costas. Gritavam e dançavam durante todo o desfile. Sempre achei que eram de verdade. Os parentes sempre apareciam lá em casa, para assistirem o carnaval. Recordo de um fato engraçado. Tínhamos uma tia que morava no Fonseca, era tia do meu pai, alta, magra, cabelos volumosos  trançados e presos no alto da cabeça. Ela tinha os olhos saltados e grandes. Estava na praça, sentada, assistindo ao desfile Nisso, apareceu um bloco de pierrôs. Um dos pierrô se aproximou, olhou para a tia e falou: -De onde saiu essa bezerra?- Não prestou! A tia se levantou e disse poucas e boas para ele, que sumiu no meio do bloco, Foi uma cena inesquecível!
Na adolescência, o carnaval era mais na rua da Conceição. com desfiles de blocos, dia e noite. Saíamos de manhã, voltávamos para almoçar e pernas pra que te quero. Só regressávamos à noite. Era tudo na maior paz! Mais tarde, passamos a frequentar os bailes do Clube Gragoatá.
Quando trabalhava no Vital Brazil, com um grupo de colegas fazíamos fantasias e íamos para o Clube dos Fuzileiros Navais no Rio Tinha.uma colega de trabalho que se tornou muito amiga, Eneusa, vindo  a ser minha madrinha de Crisma. O irmão dela  era da Marinha, e nos levava ao baile. Íamos de barca. Lembro-me que eram diversas fantasias: índias, melindrosas, espantalho (no chapéu, bolas coloridas cheias e quando estourava uma, era o maior susto). Nós que costurávamos lá na casa de Eneusa, no Beltrão.
Um salto no tempo, em 2004, começamos a fazer o Bloco da Villa Aparecida que foi até 2010.  Cada um improvisava uma fantasia. Músicas de carnavais antigos e danças no quintal da Mister Cunditt. Valeu!!!!! E como!

Estádio do Caio Martins

Nos tempos do Grupo Escolar e Ginásio, as comemorações cívicas escolares eram no Estádio Caio Martins. Lembro-me de duas. Uma, dançamos o frevo (seria o Vassourinha?). A roupa de cetim era azul-rei, composta de uma blusa e saia plissada (Glorinha lembra bem), era debruada de amarelo. Estava muito animada e dancei para valer! Lembro ainda do Armarianho, onde se plissava a saia, na rua José Clemente, no local onde hoje é o Banco Itaú, atrás da Prefeitura velha.
  A outra, foi no Canto Coral. Uma das músicas apresentadas era de Villa-Boas. Lembro uma parte:

             "Ó manhã se sol, anhangá fugiu
               Anhangá ê, ê
               Ah! foi você quem me fez sonhar
                Para chorar a minha terra
                Guaraci, ê, ê
                Anhangá fugiu..........."

A outra era Andorinha Preta, que veio a ser um sucesso internacional ao ser gravada por Nat King Cole. Música de Breno Ferreira:
Eu tinha uma andorinha que me fugiu da gaiola 
Eu tinha uma andorinha que me fugiu da gaiola 
Eu tinha uma andorinha que me fugiu da gaiola 
Eu tinha uma andorinha que me fugiu da gaiola 
Eu tinha uma andorinha que me fugiu da gaiola 
Eu tinha uma andorinha que me fugiu da gaiola 
Eu tinha uma andorinha que me fugiu da gaiola 
Eu tinha uma andorinha que me fugiu da gaiola 

Vai, andorinha preta, 
De asa arrepiada, 
Vai, vai dormir teu sono andorinha, ô 
Que é de madrugada. 

Ai tanta coisa não devia se fazer 
Tantas vezes as gente chora 
Por deixar seu bem querer 
Minha cabocla foi-se embora do sertão 
Fez que nem as andorinhas 
Foi buscar outro verão. 

Eu tinha uma andorinha que me fugiu da gaiola 
Eu tinha uma andorinha que me fugiu da gaiola 
Eu tinha uma andorinha que me fugiu da gaiola 
Eu tinha uma andorinha que me fugiu da gaiola'

Era tudo de bom, esse tempo de Coral. 



 "

domingo, 30 de junho de 2013

O Grupo Escolar



  Havia o pavilhão do Jardim e o prédio do Grupo. E, um campo enorme gramado, com árvores e um caminho circular. Nele marchávamos ao som dos hinos e também ficávamos no recreio. Embaixo do prédio, um espaço, que continua preservado, onde as turmas formavam e a diretora, Dona Rosa, conversava todos os dias com os alunos, Após, havia a oração e cantávamos o Hino Nacional. Em datas comemorativas, eram os respectivos hinos. Faziam parte do currículo, Canto Orfeônico e trabalhos manuais.
   Tínhamos direito ao material escolar e aos tecidos para uniforme (branco e azul-marinho), por sermos família de baixa renda. Mamãe (quantas saudades!) costurava nossos uniformes tudo  à mão. Dona Circe, nossa vizinha, disse para que ela fizesse uma promessa a Santo Antônio para ganhar uma máquina de segunda mão (mais em conta, usada). Conseguiu. Lembro-me dela fazendo camisinhas de pagão para a promessa, o que fez até o final de sua vida. Até os casacos de frio, ela fazia, com o tecido azul-marinho e também as sacolas que levávamos o material.

O Jardim de Infância e o Grupo Escolar




              Tempos bons do Ensino Público!
               Estudei no Jardim de Infância Maria Guilhermina e depois no Grupo Escolar Getúlio Vargas, onde hoje é o IEPIC.
               O Jardim era um salão grande com mesinhas e as salas divididas com armários baixos. Havia um palco nos fundos, com um piano. Recordo de uma das músicas que cantávamos ao sair:
                "Até amanhã, meu bom Jardim
                  Não se esqueça de mim
                  Meu bom Jardim......"
               Da primeira à quarta série do primário e a admissão ao Ginasial, cursei no Grupo Escolar que ficava ao lado do salão do Jardim, indo até ao portão de entrada O prédio continua lá. Falarei mais no próximo post sobre o Grupo

sábado, 29 de junho de 2013

Sobre Plebiscito



 Agora, que a onda é plebiscito, lembrei-me do tempo do ginásio.Estudava no Ginásio Estadual Aurelino Leal. Era tempo integral, de manhã íamos para as oficinas ( corte e costura, culinária, bordado, flores etc) e na parte da tarde, as disciplinas do currículo ginasial. Irônico é saber que daquelas oficinas, não aprendi quase nada, para não dizer, verdadeiramente, nada. Foi um tempo gostoso de estudos, mas conturbado na política.
  Voltando ao plebiscito. Era o ano de 1963, é houve um plebiscito para mudar a forma de governo, de parlamentarismo para presidencialismo. Ganhou o presidencialismo. E, resultou na revolução de 1964. Agora, o que dará?
 Mas, o que tem o Ginásio com o plebiscito? A minha verve artística (pena que não foi  estimulada, talvez hoje estaria num palco, brilhando rsrs). A professora de português,  Sueli Faillace, gostava de montar peças sobre os temas da época. Então, trouxe o conto de Arthur Azevedo, O Plebiscito, para encenar e eu fui uma das que atuaram na peça. Fui a menina:
Plebiscito
Arthur Azevedo

A cena passa-se em 1890.

A família está toda reunida na sala de jantar.

O senhor Rodrigues palita os dentes, repimpado numa cadeira de balanço. Acabou de comer como um abade.

Dona Bernardina, sua esposa, está muito entretida a limpar a gaiola de um canário belga.

Os pequenos são dois, um menino e uma menina. Ela distrai-se a olhar para o canário. Ele, encostado à mesa, os pés cruzados, lê com muita atenção uma das nossas folhas diárias.

Silêncio


De repente, o menino levanta a cabeça e pergunta:

— Papai, que é plebiscito?

O senhor Rodrigues fecha os olhos imediatamente para fingir que dorme.

O pequeno insiste:

— Papai?

Pausa:

— Papai?

Dona Bernardina intervém:

— Ó seu Rodrigues, Manduca está lhe chamando. Não durma depois do jantar, que lhe faz mal.

O senhor Rodrigues não tem remédio senão abrir os olhos.

— Que é? que desejam vocês?

— Eu queria que papai me dissesse o que é plebiscito.

— Ora essa, rapaz! Então tu vais fazer doze anos e não sabes ainda o que é plebiscito?

— Se soubesse, não perguntava.

O senhor Rodrigues volta-se para dona Bernardina, que continua muito ocupada com a gaiola:

— Ó senhora, o pequeno não sabe o que é plebiscito!

— Não admira que ele não saiba, porque eu também não sei.

— Que me diz?! Pois a senhora não sabe o que é plebiscito?

— Nem eu, nem você; aqui em casa ninguém sabe o que é plebiscito.

— Ninguém, alto lá! Creio que tenho dado provas de não ser nenhum ignorante!

— A sua cara não me engana. Você é muito prosa. Vamos: se sabe, diga o que é plebiscito! Então? A gente está esperando! Diga!...

— A senhora o que quer é enfezar-me!

— Mas, homem de Deus, para que você não há de confessar que não sabe? Não é nenhuma vergonha ignorar qualquer palavra. Já outro dia foi a mesma coisa quando Manduca lhe perguntou o que era proletário. Você falou, falou, falou, e o menino ficou sem saber!

— Proletário — acudiu o senhor Rodrigues — é o cidadão pobre que vive do trabalho mal remunerado.

— Sim, agora sabe porque foi ao dicionário; mas dou-lhe um doce, se me disser o que é plebiscito sem se arredar dessa cadeira!

— Que gostinho tem a senhora em tornar-me ridículo na presença destas crianças!

— Oh! ridículo é você mesmo quem se faz. Seria tão simples dizer: — Não sei, Manduca, não sei o que é plebiscito; vai buscar o dicionário, meu filho.

O senhor Rodrigues ergue-se de um ímpeto e brada:

— Mas se eu sei!

— Pois se sabe, diga!

— Não digo para me não humilhar diante de meus filhos! Não dou o braço a torcer! Quero conservar a força moral que devo ter nesta casa! Vá para o diabo!

E o senhor Rodrigues, exasperadíssimo, nervoso, deixa a sala de jantar e vai para o seu quarto, batendo violentamente a porta.

No quarto havia o que ele mais precisava naquela ocasião: algumas gotas de água de flor de laranja e um dicionário...


A menina toma a palavra:

— Coitado de papai! Zangou-se logo depois do jantar! Dizem que é tão perigoso!

— Não fosse tolo — observa dona Bernardina — e confessasse francamente que não sabia o que é plebiscito!

— Pois sim — acode Manduca, muito pesaroso por ter sido o causador involuntário de toda aquela discussão — pois sim, mamãe; chame papai e façam as pazes.

— Sim! Sim! façam as pazes! — diz a menina em tom meigo e suplicante. — Que tolice! Duas pessoas que se estimam tanto zangaram-se por causa do plebiscito!

Dona Bernardina dá um beijo na filha, e vai bater à porta do quarto:

— Seu Rodrigues, venha sentar-se; não vale a pena zangar-se por tão pouco.

O negociante esperava a deixa. A porta abre-se imediatamente.

Ele entra, atravessa a casa, e vai sentar-se na cadeira de balanço.


— É boa! — brada o senhor Rodrigues depois de largo silêncio — é muito boa! Eu! eu ignorar a significação da palavra plebiscito! Eu!...

A mulher e os filhos aproximam-se dele.

O homem continua num tom profundamente dogmático:

— Plebiscito...

E olha para todos os lados a ver se há ali mais alguém que possa aproveitar a lição.

— Plebiscito é uma lei decretada pelo povo romano, estabelecido em comícios.

— Ah! — suspiram todos, aliviados.

— Uma lei romana, percebem? E querem introduzi-la no Brasil! É mais um estrangeirismo!...

 Participei de outras peças, já fui a rainha da primavera em uma das peças ( o vestido lindo de baile, branco,     da professora . Lembro-me emocionada com flores nos cabelos, com uma faixa de rainha e pela primeira vez usando um vestido assim, mesmo por pouco tempo) Foi o máximo! Lembro de uns versos:
                       " Primavera, Primavera
                        Rainha das estações
                         Lindas flores trás à terra
                        E alegria aos corações"
Não lembro o autor, pena!

Tempos Modernos


   Hoje lembrei das antigas procissões e falei da de São Pedro. Há poucos instantes, escutei fogos e surpresa, vi da janela a procissão marítima de São Pedro, de Jurujuba. Jet skis, veleiros, barcos, lanchas e até uma barca acompanhando o veleiro com a imagem do santo. Todos enfeitados, com bandeirinhas de papel e até uns com bandeiras de clubes e do Brasil. Pena não saber o horário para tirar uma foto. Retirei da internet esta imagem. Da procissão, fica para a próxima........

Procissão de São Pedro

Mercado antigo de peixe de Niterói - Foto que retirei do blog do grupo Prazer de Jogar

São Pedro e as comemorações na Rua da Praia (atual Visconde de Rio Branco)

   Íamos sempre as festas religiosas e procissões e a de São Pedro era uma delas.A praia era perto, ainda não havia o aterro. Em frente, onde é a atual Lojas Leader, ao se atravessar uma faixa  pequena da rua, estava já na calçada estreita da praia. Com uma faixa pequena de areia, a água com a maré batia na calçada.
   O Mercado de Peixe, ficava na direção da Rua Marechal Deodoro, onde hoje fica o terminal rodoviário e o Bay Market, era dentro da praia, em uma ponte com barracas de ambos os lados. No final, a ponte era de madeira, as barracas iguais a palafitas e mexia ao sabor das ondas. Possuía uma capelinha de São Pedro.
A festa tinha barraquinhas e a procissão e era muito concorrida. O mercado acabou neste local nos idos de 1968, com o aterro. E desde então foi para a Ponta D'Areia.





O Canto do Rio


Um final de praia! Um canto bonito, o Canto do Rio, assim era chamado.
Criar um blog é uma aventura! Permitir-se inventar, descobrir, coletar pensamentos, poesias, contos e crônicas do cotidiano ou simplesmente reflexões. É permitir-se sonhar.
"Existir é viver no presente" escutei esta frase em um documentário sobre idosos. Ela foi proferida por uma senhora de 102 anos. Genial! Diz tudo. O difícil é nos situarmos no presente, sem os devaneios que nos ajudam a não baquear com o que assistimos agora. Não custa tentar! É um exercício permanente! Sigamos em frente........